segunda-feira, 26 de abril de 2010

Notícia

http://www.ionline.pt/conteudo/57010-jovens-utilizam-escrita-secreta-no-facebook-despistar-adultos

Mais uma notícia sobre a linguagem emergente nas redes. Os jovens utilizam formas secretas de comunicar para não sofrerem represálias por parte dos adultos.

sábado, 24 de abril de 2010

Comentário à Actividade 2

A actividade 2, que consistiu inicialmente na leitura individual de textos disponibilizados sobre “o processo de construção da identidade na adolescência”, revelou-se interessante, mas com as dificuldades inerentes à situação de isolamento intelectual que a leitura individual acarreta. A segunda parte de discussão em fórum foi sem dúvida o ponto alto da actividade e nela pude confirmar, aferir e/ou rever as minhas notas pessoais das leituras efectuadas.
Assim, aprendi com Erikson (1972) que construir uma identidade implica definir quem a pessoa é, quais são os seus valores e quais as direcções que deseja seguir pela vida.
Marcia (1966) apresenta duas dimensões essenciais na formação de qualquer identidade pelo adolescente - uma crise ou exploração e um comprometimento ou compromisso - e define 4 estados de identidade: execução, moratória, difusão e construção.
Os blogs e as homepages têm um lugar na formação da identidade dos jovens. Os jovens usam as páginas como um fórum para expressar, socializar e também para confidenciar intimidades (partilhando informação pessoal e sentimentos) e têm sentimentos fortes de mestria que lhes permite ficar orgulhosos com a criação e/ou sensação de deixar uma marca pessoal na www. A natureza do meio oferece-lhes a possibilidade de expressar quem eles são de uma maneira que pode ser mais confortável que contar às pessoas cara a cara.
A linguagem utilizada na internet, “Netspeak”, é um discurso emergente cuja forma é dada pela criatividade das comunidades que a usam. Para tornar a comunicação na internet mais rápida e expressiva os jovens utilizam abreviaturas, neologismos e acrónimos, assim como ícones gráficos que representam emoções. Esta é a prova viva de que os jovens se estão a afirmar na rede. Por outro lado, nota-se nesta geração que a tradicional polaridade masculino/feminino está a ser diluída por um discurso marcadamente andrógeno.
Mas os blogs, nos jovens, estão a ser ultrapassados por formas mais imediatas, curtas e rápidas de comunicação, como o facebook ou mesmo o telemóvel.
De qualquer forma, creio que associado à adolescência está sempre um diário real ou virtual, para desabafo das angústias, inquietações, partilha das alegrias, afirmação da sexualidade. Os blogs desempenham neste aspecto uma função exemplar, permitindo também a ligação a outros blogs, formando assim uma comunidade social online que dá oportunidades aos jovens de interagir com pessoas diferentes dos seus amigos e onde se podem apoiar mutuamente nas aprendizagens que vão realizando.

sábado, 10 de abril de 2010

Torga em linguagem SMS



O "netspeak", ou linguagem de rede, utiliza muitas abreviaturas, acrónimos e está marcada pela criatividade das comunidades online. Cabe aos professores alertarem os alunos para o uso da língua nos seus diferentes contextos.

domingo, 4 de abril de 2010

A construção de páginas pessoais como expressão do desenvolvimento social

Como a função central das homepages é a apresentação pessoal, ela promove a sistemática resposta à questão crítica da identidade: Quem sou eu?
Mestria - Criar uma página pessoal ou blog está relacionado com sentimentos positivos de mestria ou competência (orgulhosos das suas habilidades). Adicionalmente, os jovens sentem que poderiam aprender a usar novas tecnologias.
Identidade- A maioria dos jovens que criaram homepages sentem que estas páginas “ajudam os outros a compreender quem eles são”.
Globalmente, os jovens estão a usar as homepage e os blogs como uma forma única de expressão para veicularem informação sobre eles a outros – esta função está relacionada com a fase moratória e de construção da identidade.
Comunidades sociais.- Jovens que criam websites têm mais amigos do que aqueles que não criam. Têm uma comunidade social online que lhes dá oportunidades para interagir com pessoas diferentes dos outros amigos. Estas comunidades online podem oferecer oportunidades importantes para a formação da identidade, ao darem hipóteses aos jovens de interagir online com indivíduos que são diferentes do seu dia-a-dia, representando com eles diferentes papéis.

Em termos da formação da identidade, as crianças variam no tipo de informação fornecida. Os pré-adolescentes mencionam frequentemente aquilo em que são bons, enquanto os adolescentes expressam mais acerca das suas personalidades, valores, amigos e famílias.
As páginas pessoais, tal como os blogs e sites de redes sociais dão-nos uma oportunidade única de acesso a uma quantidade de expressões pessoais dos jovens, alguma coisa a que não teríamos acesso de outra maneira.
As páginas pessoais têm um lugar na formação da identidade dos jovens. Usam as páginas como um fórum para expressar, socializar e também para confidenciar intimidades (partilhando informação pessoal e sentimentos).
Com a idade as páginas melhoram em complexidade (p.e.weblinks) e expressão (texto longo) – pensamento abstracto.
Os jovens parecem beneficiar do processo de criação de páginas pessoais. Eles sentem que realizaram algo que têm de mostrar:um tributo pessoal, uma marca na WWW. Este estudo também demonstrou algumas diferenças de género no funcionamento das páginas pessoais. As raparigas parecem usar as homepages para expressar informação acerca de si próprias e sentimentos em relação a outros, enquanto os rapazes são mais de fazer amigos online e de experimentar com eles diferentes identidades online.
Em suma, a criação de homepages parece positivamente relacionada com a formação de identidade. As crianças que criam páginas pessoais têm sentimentos fortes de mestria e usam as páginas pessoais para expressar aos outros quem são. A natureza do meio oferece-lhes a possibilidade de expressar quem eles são de uma maneira que pode ser mais confortável que contar às pessoas cara a cara.
Dayanim, Shoshana, Schmitt, Kelly L.,(2008) Personal Homepage Constructio as an Expression of Social Development

sábado, 3 de abril de 2010

Género, identidade e linguagem usada nos blogs de adolescentes

As características dos blogs- 1) fáceis de usar;2) formas de arquivar informação e conhecimento; 3) oportunidades para outros comentarem ou fornecer feed-back por cada post; 4) links para outros bloggeres para formar comunidades online- são importantes para a construção da identidade online. Os blogs representam um novo meio para a comunicação mediada por computador e podem oferecer conhecimento sobre as formas como os adolescentes se apresentam online, especialmente em termos da expressão pessoal e relações com os grupos pares, ambas com impacto na construção da identidade.
A apresentação dos adolescentes online mostra que os blogs são uma extensão do mundo real, mais do que um sítio onde as pessoas gostam de fingir. Os adolescentes revelam muita informação pessoal nos seus blogs. Incluem o primeiro e último nomes, idade, localidade. A maioria discute coisas que têm impacto ou influência no mundo real, tais como relações e juntam a identidade do mundo real a estas discussões. No caso da localidade os rapazes dão mais informação que as raparigas.
Os adolescentes também fornecem diversas formas para os outros os contactarem online: email, im, username, ou um link para uma página pessoal. As raparigas fazem link para as páginas pessoais mais do que os rapazes.
Quanto às emoções, os rapazes colocam mais emoções que as raparigas.
Metade dos bloggers discute a identidade sexual e relações amorosas, amigos/amigas, ou fins de relação. O género dos que discutem homossexualidade é esmagadoramente masculino. Os adolescentes procuram uma continuidade das representações de quem são assim como uma confirmação por parte dos seus pares.
Enquanto os rapazes podem usar uma linguagem mais activa e resoluta, as raparigas não usam necessariamente uma linguagem passiva – princípio da androgenia.

A Internet forneceu um novo contexto para a exploração da identidade, como um lugar para explorar um conjunto de relações flexíveis e potencialmente anónimas. A linguagem na internet representa um novo tipo de discurso que está marcado pela criatividade e inovação das comunidades. Este discurso emergente pode depois ser usado para expressar as identidades dos adolescentes.
Os weblogs representam um ambiente de comunicação mediada por computador onde ambos identidade e linguagem têm papéis importantes. Não só os adolescentes usam os weblogs para apresentarem uma identidade online, mas tb para expressarem as suas ideias, experiências e sentimentos usando uma linguagem adaptada. Entre estas explorações surgem questões como aprender acerca da sua sexualidade, que ocorrem frequentemente durante os anos da adolescência. Em alguns casos estes blogs ligam-se formando comunidades online, semelhantes às relações de pares observadas no mundo offline.
Curiosamente, os blogs criados por jovens masculinos e femininos são mais parecidos do que diferentes. Talvez a facilidade técnica diminua as diferenças ou esta geração de utentes se esteja a tornar mais andrógena na comunicação online e interacção.
Huffaker,David A. , Calvert, Sandra L. (2005) Gender, Identity, and Language in Teenage Blogs

sexta-feira, 2 de abril de 2010


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A adolescência começa com alterações corporais. Os jovens vão-se confrontando com mudanças no seu corpo que geram "crises" de identidade.

A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório

De acordo com a teoria psicossocial de Erikson, a tarefa mais importante da adolescência é a construção da identidade.
Construir uma identidade, para Erikson (1972), implica definir quem a pessoa é, quais são os seus valores e quais as direcções que deseja seguir pela vida. O autor entende que identidade é uma concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido.
A formação da identidade recebe a influência de factores intrapessoais (as capacidades inatas do indivíduo e as características adquiridas da personalidade), de factores interpessoais (identificações com outras pessoas) e de factores culturais (valores sociais a que uma pessoa está exposta, tanto globais como comunitários).
Esse sentimento de ter uma identidade pessoal dá-se de duas formas: a primeira é perceber-se como sendo o mesmo e contínuo no espaço e no tempo; e a segunda é perceber que os outros reconhecem essa semelhança e continuidade.
Marcia(1966) apresenta duas dimensões essenciais na formação de qualquer identidade pelo adolescente: uma crise ou exploração e um comprometimento ou compromisso.
Por crise ou exploração, Marcia entende o período de tomada de decisão, quando antigos valores e antigas escolhas são reexaminados, podendo ser repentinamente ou gradualmente.
Na segunda dimensão, comprometimento ou compromisso, Marcia supõe que o indivíduo tenha realizado uma escolha relativamente firme, servindo como base ou guia para a sua acção. O resultado desejado da exploração é o comprometimento com algum papel específico, alguma determinada ideologia. O comprometimento é medido pelo grau de investimento pessoal que o indivíduo expressa. Os compromissos correspondem às questões que o indivíduo mais valoriza e com as quais mais se preocupa, reflectindo o sentimento de identidade pessoal.

Kimmel e Weiner (1998) resumem os compromissos em três atitudes: atitudes ideológicas (valores e crenças que guiam as acções) atitudes ocupacionais (objectivos educativos e profissionais) e atitudes interpessoais (orientação de género que influencia as amizades e relacionamentos amorosos).
Para Marcia existem 4 estados de identidade: execução, moratória, difusão e construção.
No estado de execução, o adolescente persegue metas ideológicas e profissionais eleitas por outros (pais, figuras de autoridade…). Não experimenta uma crise de identidade. Pode ser o estado inicial do processo de formação da identidade adulta, partindo dos valores infantis.
No estado da moratória, os comprometimentos são adiados e o adolescente debate-se com temas profissionais ou ideológicos. Está passando por uma crise de identidade e não definiu as suas escolhas.
No estado de Construção de identidade, o jovem faz as suas escolhas e persegue metas profissionais ou ideológicas. Atravessou a crise e chegou ao comprometimento.
No estado de Difusão de identidade, o adolescente não está no meio de uma crise, embora possa ter havido uma no passado, e não chegou a nenhum comprometimento.
Marcia considerou os estados da moratória e construção da identidade os mais elevados no processo de desenvolvimento da identidade pessoal, pois estes podem ser considerados autoconstruídos.
Aznar-Farias, Maria, Ferreira de Mattos Silvares, Edwiges,Schoen-Ferreira, Teresa Helena A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório.