sexta-feira, 16 de julho de 2010

Reflexão final

Partimos da definição do conceito-chave de nativo digital (Prensky, 2001). Em meu entender, este conceito constituiu-se como o centro nevrálgico da actividade de reflexão da disciplina. A tecnologia é uma extensão do corpo e da mente dos nativos digitais (telemóvel). Utilizam a tecnologia para comunicar de forma assíncrona, mas sobretudo síncrona (email, im, chat), para partilhar sentimentos, emoções e detalhes da vida íntima (blogs) e também informação – Moblogging ("Partilhar conhecimento é poder"), para comprar e vender (ebay),para trocar e coleccionar(canções, filmes, Websites), para criar, revelando uma apetência enorme para a criação (avatares, mundos inteiros), para se encontrarem e marcarem encontros (marca social desta geração), socializando-se (chats), para pesquisar (sendo o maior uso da internet após o email),para programar, para jogar, para explorar, transgredindo.
Estão habituados a receber informação rapidamente; gostam de multi-tarefas e processos paralelos (inteligência paralela); preferem os gráficos aos textos; optam pelo hipertexto; trabalham melhor em rede; desenvolvem-se com gratificações e prémios frequentes. Preferem os jogos ao trabalho "sério". Os cérebros deles podem ser já diferentes.
A actividade do glossário permitiu a familiarização com termos que nos são úteis para a apropriação da linguagem e formas de pensamento do nativo digital, como add friend ou cyberbullying.
É para este estudante que têm de ser redesenhados os ambientes de aprendizagem, de molde a conciliar o ensino tradicional com as novas tecnologias, até porque a identidade destes nativos se constrói preferencialmente no espaço dos novos media.
A construção da identidade é a tarefa mais importante da adolescência, de acordo com a teoria psicossocial de Erikson. Significa definir quem a pessoa é, quais são os seus valores e quais as direcções que deseja seguir pela vida. Actualmente, observa-se este processo nos blogues e nas páginas pessoais dos jovens. Os jovens usam estes meios como um fórum para expressar, socializar e também para confidenciar intimidades (partilhando informação pessoal e emoções) e têm sentimentos fortes de mestria que lhes permite ficar orgulhosos com a criação e/ou sensação de deixar uma marca pessoal na www. A linguagem emergente – netspeak – mostra como os jovens estão a afirmar a sua identidade na rede.
Mas os blogs estão a ser ultrapassados pelas redes sociais e pelo telemóvel, formas mais rápidas de comunicar. Os perfis, os amigos e os comentários, são as características que mais diferenciam as redes sociais das outras formas de comunicação mediada por computador: os amigos estão publicamente interligados, os perfis são publicamente observáveis e os comentários são visíveis a todos. Este ponto é essencial para a construção da identidade que se desenvolve em grande parte através das interacções com os outros. O adolescente tem de gerir as impressões e as opiniões dos outros de forma a se inserir num determinado contexto social.
As entrevistas que realizámos confirmaram esta predilecção dos jovens pelas redes sociais e telemóvel em detrimento dos blogs. Novos métodos de ensino-aprendizagem têm de ser repensados com recurso ao telemóvel e aos chats. A maioria dos professores como imigrantes digitais que são olha com desconfiança para estas novas tecnologias. Será necessário quase que uma revolução coperniciana para que se possam extrair as vantagens do uso, por exemplo, do telemóvel em contexto educativo. Talvez a esperança resida no facto de a nova geração de professores, também eles nativos digitais, traga à escola a mudança para um novo paradigma, que integre naturalmente os medias no âmbito da actividade lectiva.
A actividade que mais gostei foi a análise das entrevistas, porque pude cruzar a informação recolhida na bibliografia com as respostas dos jovens. Assim, por exemplo, tal como D. Boyde demonstrou, a audiência primária dos jovens nas redes sociais é constituída por amigos e/ou colegas de escola e actividades, alastrando-se progressivamente até indivíduos que não conhecem pessoalmente.
Os aspectos mais positivos da disciplina foram os conhecimentos adquiridos, a metodologia seguida nos trabalhos e os debates nos fóruns. Ainda que o meu público alvo não seja constituído por adolescentes, aprendi muito sobre o nativo digital, processo de construção de identidade e medias digitais, conhecimentos estes que me são úteis para os jovens adultos, também eles maioritariamente nativos e cuja construção de identidade se faz ao longo da vida, embora com maior impacto na adolescência.
As dificuldades foram pontuais e facilmente ultrapassáveis, como por exemplo, a linguagem de alguns textos. A principal foi a construção do guião em fórum de turma. Mas aqui a professora Maria João teve uma intervenção decisiva que permitiu chegar a um consenso.
No geral, a disciplina foi muito interessante pelos assuntos abordados e perspectivas apontadas, dinâmica pelas interacções que se verificaram no seio dos trabalhos de grupo e mais tarde nos fóruns, construtiva pelo espaço de reflexão e partilha que proporcionou. Concluo com um agradecimento especial ao meu grupo pela boa disposição, cordialidade e responsabilidade que todos manifestaram.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Glossário

A actividade do glossário que envolveu o grupo turma teve por objectivo"Definir conceitos e termos usados na cultura digital". Coube-me os seguintes termos:

Copyright – é o conjunto de direitos exclusivos atribuídos ao autor ou criador de um trabalho original, incluindo o direito à cópia, distribuição e adaptação do trabalho. Estes direitos podem ser licenciados, transferidos e/ou atribuídos. O copyright tem a duração de um determinado período de tempo, após o trabalho entrar no chamado domínio público.
Algumas jurisdições também reconhecem os direitos morais do criador de um trabalho, tais como o direito de serem reconhecidos pelo trabalho.
Foi internacionalmente estandardizado que o copyright dura de entre 50 a 100 anos desde a morte do autor, ou um período mais curto no caso de um autor anónimo.
Geralmente o copyright é considerado um assunto do direito civil, embora algumas jurisdições apliquem sanções criminais.

Civic engagement online
Civic engagement – Pode tomar diversa formas, desde o voluntariado individual a envolvimentos organizacionais e participações eleitorais. Pode incluir esforços para lidar directamente com um problema, trabalhar com outros numa comunidade para resolver um caso ou interagir com as instituições da democracia representativa.
Outra forma de descrever este conceito é o sentido de responsabilidade que os indivíduos deveriam ter de forma a cumprir com as suas obrigações enquanto parte de qualquer comunidade.
Civic engagement online – são formas de participação política e cívica ancoradas em blogs e sites de redes sociais ou outros meios que a internet propicia, como por exemplo a assinatura de uma petição por correio electrónico.

terça-feira, 22 de junho de 2010

http://www.microsoft.com/portugal/protect/family/activities/social.mspx

Achei esta página oportuna sobre como ajudar os filhos na utilização que fazem dos sites de redes sociais.

Comentário à Actividade 4

O trabalho repartiu-se por duas fases. Numa primeira fase elaborámos em fórum de turma e, numa wiki construída para o efeito, o guião que serviu de base para as entrevistas. Esta etapa revelou a natural dispersão de uma actividade de brainstorming. O meu grupo sugeriu os seguintes sub-temas para organizar as questões: perfil do entrevistado; conhecimento dos media; formas de participação dos media (tipos e frequência); Eu e os media (o meu perfil nos media); Eu e os amigos nos media (redes); relações entre os media e família (pais).
Numa segunda fase, no seio do grupo rock – eu, Alcino, Áurea e Nuno – ,verificámos quem tinha condições para realizar as entrevistas. Eu fiquei de fora porque o meu público é constituído por adultos. Considerámos que seria interessante apresentar uma amostra com jovens de diferentes idades, sexo, estratos sociais e regiões. Assim, o Alcino escolheu um entrevistado de 17 anos de classe de fracos recursos, que vive em Viana do Castelo e frequenta o 12º ano; a Áurea uma jovem de 13 anos de classe média de Ovar, que frequenta o 7ºano se escolaridade e o Nuno um jovem de 16 anos de Angra do Heroísmo, de classe baixa, com o 6º ano de escolaridade, que de momento não estuda. A minha intervenção situou-se na análise das entrevistas e nas conclusões, num gogledocs, onde todos colaborámos activamente. No final, decidimos apresentar o trabalho num site.
Numa última etapa, tivemos a oportunidade de ler os trabalhos dos colegas. Como sempre, foi um momento de muito interesse e enriquecimento, pois tivemos a hipótese de cruzar dados obtidos e constatar que as conclusões a que chegámos não se afastam muito das dos outros grupos. Assim, por exemplo, os jovens utilizam as redes para comunicar, socializarem-se, sendo os amigos um forte critério para a permanência online. Os mais novos têm uma audiência primária constituída por pares, amigos da escola e/ou actividades, ao passo que os mais velhos têm uma comunidade online que ultrapassa em muito a offline, nem sempre conhecendo todos. Estes dados estão de acordo com o que D. Boyde demonstrou no seu estudo. Quanto a segurança na internet, embora nem todos tenham conhecimentos consistentes denotam algum cuidado. No entanto, os jovens de classe baixa estão mais desprotegidos revelando baixa literacia crítica digital. Parece haver uma correlação entre segurança e classes sociais. O dado que obteve maior consenso diz respeito à falta de controlo dos pais. Todos os grupos foram unânimes neste ponto, o que não deixa de ser preocupante e demonstre que ainda há muito a fazer no sentido de sensibilizar os pais para um melhor acompanhamento dos filhos.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Actividade 4

Utilização social dos media digitais: a perspectiva dos jovens

Entrevista a jovens sobre a utilização social dos media digitais

Objectivo: Identificar as marcas identitárias da adolescência em sites sociais de jovens.

Competências: Analisar e interpretar a perspectiva juvenil acerca da utilização social dos media digitais.

O nosso trabalho - Grupo Rock:http://paulopes.com/MDSjovensMedia.htm

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Comentário à Actividade 3

A actividade 3 consistia na leitura e síntese das ideias principais de diversos textos distribuídos por grupos de alunos, com o objectivo de reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens. O texto do nosso grupo (Alcino, Áurea, Nuno e eu) foi: “Porque é que os jovens adoram os sites de rede social: o papel das redes públicas na vida social dos adolescentes” de Danah Boyde (2008). A principal dificuldade residiu na leitura, tradução e desmontagem do texto para efectuar a síntese de acordo com os tópicos: apresentação do estudo; objectivos do mesmo; principais resultados e principais conclusões. Mas, com a ajuda de todos fomos elaborando o documento colaborativamente num googledoc. No final, o Nuno teve a brilhante ideia de fazer a apresentação num site construído para o efeito, com algumas hiperligações, nomeadamente para a autora do estudo. Os perfis, os amigos e os comentários, são as características que mais diferenciam as redes sociais das outras formas de comunicação mediada por computador: os amigos estão publicamente interligados, os perfis são publicamente observáveis e os comentários são visíveis a todos. A principal conclusão deste capítulo prende-se com a atitude dos adultos que ao invés de limitar o acesso dos jovens a estas redes deveriam aprender com eles para melhor os poder guiar no seio de um conceito de público mediatizado com características (persistência, busca, possibilidade de réplica, audiências invisíveis) radicalmente diferentes das do público offline
Na segunda parte da actividade tivemos a oportunidade de ler as sínteses efectuadas pelos colegas e discutir de forma dinâmica textos muito interessantes e complementares da temática em foco. Assim destaco a síntese do grupo2 “Producing sites, exploring identities. Youth authorship” de Stern (2008) que apresenta muitos pontos de contacto com o texto por nós trabalhado. Tal como nos sites de redes sociais, os jovens escrevem nos blogs com o intuito de “validação social” ou seja, serem reconhecidos e aceites socialmente pela sua audiência. Este ponto é essencial para a construção da identidade que se desenvolve em grande parte através das interacções com os outros. O adolescente tem de gerir as impressões e as opiniões dos outros de forma a se inserir num determinado contexto social.
Outro texto que me despertou a atenção foi “Identidade móvel: juventude, identidade e meios de comunicação móvel” de Stald (2008). Extensão do corpo do jovem, o telemóvel é importante para o estabelecimento da rede social, para o reforço do grupo e da sua identidade e consequentemente para a construção da identidade individual. O lugar que ocupa na vida dos jovens levam-nos imediatamente a reflectir nas suas potencialidades enquanto instrumento a ser usado na sala de aula, não sem antes se combater o preconceito, desconfiança e ódio associados a este meio de comunicação.
Vivemos hoje uma época de mudanças em que é necessário aprender com os nativos digitais. O texto "Whispers in the Classroom" de Yardi (2008) apresenta uma proposta atraente de utilização de uma sala de chat para apoio a alunos. São mais as vantagens que as desvantagens enunciadas. O backchannel serve “para transformar as experiências de sala de aula, que passam a ser activas, colaborativas e a produzirem um conhecimento comprometido. Ajuda a desenvolver um sentido de comunidade através das interacções sociais entre os estudantes. Dá a oportunidade aos alunos mais tímidos e inibidos de se expressarem”.
Finalmente, destaco um último texto “Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation”, de Shelley Goldman, Angela Booker e Meghan McDermott, que mostra como os medias podem constituir um poderoso factor de inclusão social, de promoção de valores cívicos e do desenvolvimento pretendido da literacia crítica. Tudo isto em prol de uma identidade social bem construída.
Esta actividade revelou-se muito rica pela diversidade de textos trabalhados que contribuíram para compreender como os media podem ter um papel activo na construção social da identidade nos jovens.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Jovens, telemóveis e escola

http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/view/148/85

"O objectivo central deste estudo de caso consiste em equacionar propostas de utilizações educativas, com base nas funcionalidades que os jovens já utilizam, passíveis de ser implementadas com os seus próprios telemóveis e sem acréscimo de custo pelas utilizações a efectuar."
Achei interessante este artigo dada a polémica que se instaurou nas escolas sobre o uso do telemóvel em contexto educativo.