quinta-feira, 20 de maio de 2010

Comentário à Actividade 3

A actividade 3 consistia na leitura e síntese das ideias principais de diversos textos distribuídos por grupos de alunos, com o objectivo de reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens. O texto do nosso grupo (Alcino, Áurea, Nuno e eu) foi: “Porque é que os jovens adoram os sites de rede social: o papel das redes públicas na vida social dos adolescentes” de Danah Boyde (2008). A principal dificuldade residiu na leitura, tradução e desmontagem do texto para efectuar a síntese de acordo com os tópicos: apresentação do estudo; objectivos do mesmo; principais resultados e principais conclusões. Mas, com a ajuda de todos fomos elaborando o documento colaborativamente num googledoc. No final, o Nuno teve a brilhante ideia de fazer a apresentação num site construído para o efeito, com algumas hiperligações, nomeadamente para a autora do estudo. Os perfis, os amigos e os comentários, são as características que mais diferenciam as redes sociais das outras formas de comunicação mediada por computador: os amigos estão publicamente interligados, os perfis são publicamente observáveis e os comentários são visíveis a todos. A principal conclusão deste capítulo prende-se com a atitude dos adultos que ao invés de limitar o acesso dos jovens a estas redes deveriam aprender com eles para melhor os poder guiar no seio de um conceito de público mediatizado com características (persistência, busca, possibilidade de réplica, audiências invisíveis) radicalmente diferentes das do público offline
Na segunda parte da actividade tivemos a oportunidade de ler as sínteses efectuadas pelos colegas e discutir de forma dinâmica textos muito interessantes e complementares da temática em foco. Assim destaco a síntese do grupo2 “Producing sites, exploring identities. Youth authorship” de Stern (2008) que apresenta muitos pontos de contacto com o texto por nós trabalhado. Tal como nos sites de redes sociais, os jovens escrevem nos blogs com o intuito de “validação social” ou seja, serem reconhecidos e aceites socialmente pela sua audiência. Este ponto é essencial para a construção da identidade que se desenvolve em grande parte através das interacções com os outros. O adolescente tem de gerir as impressões e as opiniões dos outros de forma a se inserir num determinado contexto social.
Outro texto que me despertou a atenção foi “Identidade móvel: juventude, identidade e meios de comunicação móvel” de Stald (2008). Extensão do corpo do jovem, o telemóvel é importante para o estabelecimento da rede social, para o reforço do grupo e da sua identidade e consequentemente para a construção da identidade individual. O lugar que ocupa na vida dos jovens levam-nos imediatamente a reflectir nas suas potencialidades enquanto instrumento a ser usado na sala de aula, não sem antes se combater o preconceito, desconfiança e ódio associados a este meio de comunicação.
Vivemos hoje uma época de mudanças em que é necessário aprender com os nativos digitais. O texto "Whispers in the Classroom" de Yardi (2008) apresenta uma proposta atraente de utilização de uma sala de chat para apoio a alunos. São mais as vantagens que as desvantagens enunciadas. O backchannel serve “para transformar as experiências de sala de aula, que passam a ser activas, colaborativas e a produzirem um conhecimento comprometido. Ajuda a desenvolver um sentido de comunidade através das interacções sociais entre os estudantes. Dá a oportunidade aos alunos mais tímidos e inibidos de se expressarem”.
Finalmente, destaco um último texto “Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation”, de Shelley Goldman, Angela Booker e Meghan McDermott, que mostra como os medias podem constituir um poderoso factor de inclusão social, de promoção de valores cívicos e do desenvolvimento pretendido da literacia crítica. Tudo isto em prol de uma identidade social bem construída.
Esta actividade revelou-se muito rica pela diversidade de textos trabalhados que contribuíram para compreender como os media podem ter um papel activo na construção social da identidade nos jovens.

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